31 março, 2011

Crónicas de uma vindima anunciada

Diz-se que há apenas uma coisa certa na vida. Pois para quem trabalha no sector vitivinícola há outra certeza, a da vindima que virá, sim, porque virá, sempre.

Independentemente das razões que nos levaram, levam, a trabalhar na área dos vinhos, haverá sempre a vindima, esse período que se estende desde o início dos controlos de maturação mais apertados até à última desencuba de vinho tinto, o culminar de um ciclo de vida.

Esse período que nos exige tanto e tanto nos dá ao mesmo tempo. Seja onde for, longe ou perto, em que adega for, com quem for, será sempre uma altura mística, de uma ligação única entre aqueles que dela comungam. São forjados laços que dificilmente serão quebrados por muitos anos que venham a separar as pessoas, uma partilha de tal modo intensa que ninguém sabe o que pode acontecer. Quantos tem as mais mirabolantes estórias de vindimas? várias por vindima, e quantas surgem inusitadamente nas conversas mais variadas? imensas de certeza como a mim me acontece também.

É essa mística que ainda hoje se vive que é a base da tradição e de toda a festa dos antigos que é a Vindima e que dá por isso nome a estas simples crónicas que se pretendem despretensiosas e casuais.

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